quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Aniversário de 2 Anos

Gente, como assim.
Faz dois anos desde que falhei em me dedicar a este blog. Dois anos de puras mudanças.
Com certeza minha mente evoluiu de acordo com o tempo. Com certeza ganhei mais vocabulário e entendi como me expressar com mais clareza.
Com certeza continuei lendo, me desafiando cada vez mais.
Com certeza criei desculpas para minha preguiça de vir postar o que achei sobre eles.
Ano passado tive bastantes ideias para posts, deixei algumas resenhas escritas pela metade e adquiri novos olhos para muitos temas. Decidi falar sobre quadrinhos - porque sim -, e coletâneas de contos e poemas (afinal, alguns fazem mais impactos que prosa).
Dei até rumo à minha própria arte.
Deixo mais uma vez a promessa vazia de que me dedicarei mais à escrita. Mas não se preocupem: daqui a algumas semanas eu já terei me esquecido.
Ótimo ano para todos; ótimas leituras! Que os livros continuem dando uma perspectiva diferente do que já conhecíamos, e abram nossos olhos para outras que mal julgávamos válidas. Que aumentem nossas dúvidas e afiem nossas respostas; que nos surpreendam.
Amém.

(bêjão)

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Top 10: Livros de 2013

Esse ano foi incrível! Sério mesmo, acho que vou precisar pegar um livro ruim agora em 2014 só pra manter a postura de crítico (#no).
E, o mais importante de tudo: bati com classe minha meta de 50 livros. Agora, mais 70 para 2014!
Só lembrando que, mesmo que eu tenha dado 5 estrelas para vários outros, não significa que eles aparecerão aqui. Alguns 4 estrelas conseguiram me tocar mais - mas, infelizmente, tiveram pontos negativos que me irritaram ou afirmações das quais não concordo.


#10 - "Eu Me Chamo Antônio", de Pedro Gabriel
Essa coletânea linda em todos os sentidos mostra apenas uns 10% do amor que se é possível de ter pelo autor.
Brincando com as palavras e chorando seus sentimentos, Antônio torna-se real. Mostra as impressões de uma vida cheia de arrependimentos, mágoas... e esperança. E ensina a si mesmo as regras enxutas e imprecisas do amor que a própria Vida impôs.
Qualquer guardanapo pode fazer a diferença. É só ler com atenção e fechar os olhos.

#9 - "A Wrinkle in Time", de Madeleine L'Engle

Esse livro infantil encantador - mesmo que não a princípio - ficou na minha cabeça por um belo tempo. A inocência, a loucura da narrativa, e as mensagens fortes e penetrantes servem de base para a educação infantil - queria eu ter lido quando era menor.
Muito fofo e criativo! Tuuuudo de bom!

Resenha.



#8 - "Sal", de Leticia Wierzchowski 
Quem não mergulhou e se perdeu nessa estória, que atire a primeira pedra.
A escrita da autora é poética, inspirada e seus personagens são tão coerentes, cada um do seu jeito, que virar a página vira hábito.
Morrendo de vontade de ler TUDO o que a Leticia já escreveu, só porque foi ela que escreveu, do jeito fascinante e apaixonado que já provou ser sua marca.

Resenha.


#7 - "The Casual Vacancy", de J. K. Rowling
É por isso que eu amo essa mulher.
Com uma escrita muito mais densa e uma construção de personagens feita com calma e dedicação, “Jo” apresenta temas bem mais complexos e polêmicos, que não têm respostas fáceis, “em preto e branco”. Facilmente se relacionando com qualquer um dos personagens crus dessa estória, o leitor aqui é obrigado a aplaudir de pé.



#6 - "Hermano Ciervo", de Juan Pablo Roncone
G-zuis do céu.
Esse livro de contos não poderia ter falado mais alto comigo. São todas estórias sombrias que provocam sentimentos amargos, sobre perda e rancor. Pequenas, mas muito bem escritas e genialmente formuladas. Estranhamente, é possível de se enxergar, no fundo de cada uma, um sentimento de compensação e balanceamento, de uma forma ou outra.
Estou morrendo de vontade de saber o que este autor já escreveu - e sei que, não importa sobre o que seja, também é muito bom.



#5 - "The Melancholy Death of Oyster Boy & Other Stories", de Tim Burton
Tim Burton, com um humor negro, ousado e asqueroso, levemente louco, tirou de mim meias risadas de guilty pleasure.
Muito bem pensadas e ilustradas, cada pequena estória é mais absurda e doentia que a anterior.
Em outras palavras, sensacional.




#4 - "The Graveyard Book", de Neil Gaiman
Representando todos os livros de Neil Gaiman que li no ano, este aqui arrepia só de lembrar.
Lindo, misterioso e muito divertido. Leitura essencial para iniciantes no mundo literário infantil - veja como se faz. E não me surpreenderia nada se, daqui a uns 10 anos, fosse um clássico obrigatório do Ensino Fundamental.




#3 - "The Catcher in the Rye", de J. D. Salinger
Nunca um livro tão bem escrito e furioso bateu tão forte com minhas epifanias.
Holden (ou melhor, Salinger) tem o senso de achar tudo certo e errado ao mesmo tempo. Com uma escrita juvenil e bem justa, todo o barulho da cabeça do personagem principal é transpassado, sentido e compreendido. Talvez porque seja bastante realista.

Resenha.


#2 - "Cloud Atlas", de David Mitchell
Com talvez a escrita mais magnífica e volúvel de acordo com seus personagens que eu já tenha visto (gente, eu to falando muito sério), David Mitchell revolucionou o mundo das estórias e Histórias com seu mundo incrível e majestosamente construído.





#1 - "Admirável Mundo Novo", de Aldous Huxley
O que falar de um livro que, com seu realismo, me deu medo? Que ele é foda? É pouco.
Sob uma nova perspectiva, Aldous Huxley deixou tudo mais escuro. Seus personagens são cheios de falhas sem nem perceberem; seu mundo, corrompido. Mas, peculiarmente, talvez seja por isso que ele funcione.
Preciso postar minha resenha imediatamente. Esse livro me balançou.


Então, é isso aí!
Tem vários livros que gostaria de adicionar a esta lista. Mas, quem sabe ano que vem eu me fascine ainda mais? (eer, quer dizer... que eu comece com isso agora!).

sábado, 16 de novembro de 2013

Resenha: "Mockingjay"

"Mockingjay"
Suzanne Collins
Editora Scholastic
390 páginas
"The Hunger Games" #3
[Texto Original]

- Sinopse -
Depois de sobreviver duas vezes à crueldade de uma arena projetada para destruí-la, Katniss acreditava que não precisaria mais lutar.
Mas as regras do jogo mudaram - com a chegada dos rebeldes do lendário Distrito 13, enfim é possível organizar uma resistência. Começou a revolução. A coragem de Katniss nos jogos fez nascer a esperança em um país disposto a fazer de tudo para se livrar da opressão. E agora, contra a própria vontade, ela precisa assumir seu lugar como símbolo da causa rebelde. Ela precisa virar o Tordo. O sucesso da revolução dependerá de Katniss aceitar ou não essa responsabilidade.

ATENÇÃO!
Esta resenha pode conter spoilers imprevisíveis.
Favor ler a droga do livro.

- A Primeira Impressão -
Começo essa resenha taxando a trilogia "Jogos Vorazes" como uma propaganda enganosa - é bem melhor do que qualquer um possa imaginar. O primeiro livro serve, obviamente, apenas como base, uma introdução ao palco e aos personagens. O segundo, como já falei, serve como ponte. 
Mas o que senti em relação a estes dois foi que eles serviram, principalmente, para chamar público, em especial o teen. Porque podemos perceber que a maturidade e a profundidade da escrita, dos acontecimentos narrados e dos temas passados dão um salto BEM grande do segundo para o terceiro volume.

- O Desenrolar da Estória -
Por isso, entendo quem não tenha gostado do final da série - eu mesmo passei bastante tempo em dúvida - pois com uma abordagem tão diferente, o leitor (no caso, eu) estranha. E fica com a sensação de "o que eu devo sentir a respeito?".
E vejo que a reação do público fica bastante mista, isso só em ver se o livro favorito de tal leitor é "Em Chamas", que fica voltado bem mais para o romance, ou "A Esperança", com os fundos mais políticos e críticos. E excede bastante as expectativas (ou desaponta).
Grande parte deste último é lenta e claustrofóbica, girando em torno do ódio em relação à Capital. É, sem dúvidas, o mais pesado e o mais rico. 
Vejo sempre ao folhear os livros que cada palavra é muito bem escolhida, cada capítulo com um propósito, que leva à outra coisa, e à outra, e à outra.

- Pontos Negativos e Holofotes -
Demorei tanto tempo assim para postar a resenha porque ainda estava indeciso. Desde o término das últimas linhas, a estória ainda continuava cozinhando e se desenvolvendo cada vez mais na minha cabeça, sempre achando novas saídas e conclusões: o que é fantástico. Acho bom apresentar estórias mais "adultas" aos jovens, mas isso não é promessa de que vão entender, e, se entenderem, não é preciso se vão (vamos) gostar. Posso dizer que as intenções da autora foram atingidas, mesmo que não compreendidas e aceitas.

- Conclusões de Fim de Série -
É um final ótimo para uma trilogia muito boa, mas que pode não saciar por completo exatamente por ser tão inesperado.
Katniss, que sempre foi madura, mostra escolhas plausíveis e estranhas ao mesmo tempo. E é bem mais confuso de se localizar quando se está na cabeça e na pele desta anti-heroína do começo ao fim, vendo o que ela vê e sendo manipulado por seus sentimentos. Os outros personagens, ainda bem, continuam também fantásticos - e ainda melhores...
É muito bem pensado, muito bem transcrito. Tem seus altos e baixos, mas ainda consegue transmitir uma mensagem muito forte e que fala bem alto. Vemos como o mundo político é ambicioso e egoísta; e as revoluções se encaixam muito bem, sinceramente, às manifestações populares - seja do Brasil ou de qualquer outra sociedade: com objetivo limpo e sincero, coerência, ANDAR PARA FRENTE, de fato. (Coin/Snow,13/Capital, Minas de carvão do 12/Nut no Distrito 2, novos Jogos Vorazes...)
E, não importa o quanto melhore, nem o quanto um dia sejam recompensados: guerra é uma merda, vermelha e preta. E deixa marca.

- O Trabalho da Editora -
Um beijo para o artista das capas dessa série, pelo design ótimo, as ilustrações lindas e o simbolismo por trás delas - dá pra ver que o tordo, nessa, está sorrindo? Ele não deveria sorrir tanto assim. As edições em hardcover continuam perfeitas de chorar, e se encaixam muito belamente umas com as outras na estante, fazendo bastante destaque (merecido).

- Nota -
"Are you, are you
 Coming to the tree?
 Wear a necklace of rope, side by side with me.
 Strange things did happen here
 No stranger would it be
 If we met up at midnight
 in
               the hanging 
                                                                tree?"


 
 

- Book trailer -



- Sobre a Autora -
Suzanne Collins é escritora e roteirista de programas infantis, formada em escrita dramática pela New York University. Fez vários roteiros para a Nickelodeon. Entre 2003 e 2007, Suzanne escreveu os cinco livros da série de fantasia “The Underland Chronicles”. Em 2008, lançou “The Hunger Games”, primeiro livro da trilogia homônima. A inspiração veio quando ela assistia TV: mudando de canal, viu um reality show que passava ao mesmo tempo em que outro canal transmitia cenas da Guerra do Iraque. Suzanne inseriu essa junção num contexto de mitologia grega e em suas noções de efeitos de guerra. "The Hunger Games" está na lista de best-sellers do The New York Times há mais de sessenta semanas e sua adaptação cinematográfica está em fase de pré-produção.