domingo, 27 de janeiro de 2013

O Império dos E-Readers


Há certo tempo li um artigo na revista Super Interessante que falava do avanço da leitura em outros aparelhos, e não só na amada celulose. Na época, não dei muito valor ao texto. Pensava que leitor de verdade não abandonaria as origens, muito menos pela inimiga mortal da tecnologia. Que ingenuidade.
Mas agora que essa moda está de fato pegando, não sei dizer direito minha opinião. É claro que as melhorias são mesmo revolucionárias - como o fato de tocar em uma palavra e saber seu significado, genial! -, mas mesmo assim... Sei lá.
As filas na porta de uma livraria no dia de um lançamento, as incontáveis prateleiras e horas para explorá-las, as reclamações sobre o título que descasca (sdds HP), o vício do cheiro do livro novo e o espirro do velho e abandonado... Tudo isso irá embora, se resumindo a um simples toque artificial (que ainda ousa ser realista, com barulinho e tudo).
Fetichismo? Materialismo? Definitivamente. Quem nunca sonhou em ter uma estante cheia? Mas pior ainda: quem nunca sonhou em ter mais espaço? O bendito também te ajudará nisso. Damn it.
Pelo menos uma coisa é positiva: as estórias continuarão lá. E tenho certeza de que alguns moderninhos finalmente deixarão a preguiça (ou talvez até o medo) de lado e enfiem alguma coisa na cabeça, o que é ótimo.
Meeeesmo assim, continuo a torcer o nariz, mas com olhares furtivos à tentação que me cerca.
Se um dia experimentarei? Ainda não posso dizer.
Tenho medo de acabar gostando.

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