terça-feira, 19 de março de 2013

Resenha: "A Revolução dos Bichos"

"Animal Farm"

George Orwell

Cia. das Letras

112 páginas

#Livro Independente

[Heitor Aquino Ferreira]

- Sinopse -

Cansados da exploração a que são submetidos pelos humanos, os animais da Granja do Solar rebelam-se contra seus donos e tomam posse da fazenda, com o objetivo de instruir um sistema cooperativo e igualitário, sob o slogan “Quatro pernas bom, duas pernas ruim”.Mas não demora muito para que alguns bichos - em particular os mais inteligentes, os porcos - voltem a usufruir de privilégios reinstituindo aos poucos um regime de opressão, agora inspirado no lema “Todos os bichos são iguais, mas alguns são mais iguais que outros”. A história da insurreição libertária dos animais é reescrita de modo a justificar a nova tirania, e os dissidentes desaparecem ou são silenciados à força.Instrumentalizada na época da Guerra Fria como arma anticomunista, A revolução dos bichos transcende os marcos históricos da ditadura stalinista que a inspirou e resplandece hoje, passados mais de sessenta anos de seu surgimento, como uma das mais extraordinárias fábulas sobre o poder que a literatura já produziu.

- A Primeira Impressão -
George Orwell é sensacional. Tive receio de não conseguir entender o que queria dizer com suas obras, mas este livro foi tudo. Mesmo bobo à primeira vista, vai deixar seu queixo caído por um bom tempo - uma p*ta distopia do mestre das distopias.

- O Desenrolar da Estória -

Não precisa ter medo. O livro é fino e até parece ter sido escrito para crianças - ou para burros. Os personagens são tímidos e até engraçados, dando uma fluidez bem gostosa pra estória. E, a partir do momento em que a revolução mostra suas consequências e os princípios da sociedade utópica que pretendiam criar vão se destruindo, eu fui também sentindo um pesar enorme no coração e roí as unhas de dó dos animais que, a princípio (como diz no subtítulo original) queriam sua vida como uma fábula. 

- Pontos Negativos e Holofotes -
O que mais gostei foi do jeito que Eric tratou os animais como seria de imaginado se conseguissem pensar: os porcos espertos e cheios de artimanhas, os cavalos apenas fortes e burros, as ovelhas... como ovelhas, o burro como o grande filósofo (vê se pode), os pássaros como mensageiros e o corvo como uma figura religiosa (sdds Poe); e isso só pode te irritar se lembrar que estes animais representam, na verdade, muitas sociedades com líderes persuasivos e cidadãos de cérebros lavados. Simples, porém eficiente, esse livro foi (e ainda é) um grande estopim para os tapas na cara e abertas de olho.

- O Trabalho da Editora -
A tradução ficou muito muito boa, e a diagramação da capa e das páginas é simplesmente linda. Os apêndices que a editora trouxe também são muito legais pelos pontos de vista diferentes que se pode adquirir, e é muito interessante ver a trajetória do autor para publicar e divulgar seu livro super polêmico em meio à censura.

- Com Relação ao Filme -
Devido à tecnologia da época (1999), é claro que as habilidades de dublagem e efeitos especiais não eram muito grandes, então fica meio chato ter que falar mal de um filme que tem, ao seu 90%, protagonistas que são animais. Assisti apenas metade (não tive coragem de continuar xD ) e posso dizer que nela a adaptação ficou boa, até meio cômica se for relevar o sistema de dinossauro que, infelizmente, era o único disponível.

- Nota -
"Todos os bichos serão iguais"


- Sobre o Autor -
George Orwell (pseudônimo de Eric Arthur Blair) nasceu em 1903, na Índia e estudou em colégios tradicionais da Inglaterra. Jornalista, crítico e romancista, é um dos mais influentes escritores do século XX. Dele a Companhia das Letras publicou Dentro da baleia e outros ensaios, Na pior em Paris e Londres, A flor da Inglaterra, Dias da Birmânia, 1984, O caminho para Wigan Pier e Como morrem os pobres e outros ensaios. Morreu de tuberculose em 1950.

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